O perfume como um símbolo

simbologia historica do perfume

O perfume agradável, do qual fala a liturgia católica, é um dos elementos da oferenda do sacrifício destinada a agradar a Divindade. Os arômatas desempenhavam um papel particularmente importante nos ritos dos hebreus.

Do mesmo modo, nas cerimônias religiosas dos gregos e dos romanos, os perfumes eram largamente empregados: espargia-se sobre as estátuas dos deuses; os cadáveres eram embalsamados com eles e frascos eram depositados nos túmulos; a própria esteia era aspergida de perfume.

No Egito, as essências dos perfumes eram extraídas e misturadas nos templos; as deusas tinham o atributo de eclipsar todas as mulheres através de seu perfume.

A sutileza inapreensível e, apesar disso, real, do perfume, assemelha-o simbolicamente a uma presença espiritual e à natureza da alma.

A persistência do perfume de uma pessoa, depois da partida dela, evoca uma ideia de duração e de lembrança. O perfume simbolizaria assim a memória e talvez tenha sido esse um dos sentidos do seu emprego nos ritos funerários.

Mas o perfume é também expressão das virtudes: é o que diz Orígenes a respeito do odor muito bom do cipreste. Ele é também, na ioga, a manifestação de uma certa perfeição espiritual, pois o odor que se desprende de um homem pode ser função de sua aptidão para a transmutação da energia seminal. Se ele é udhvaretas, o perfume que dele emana é o do lótus.

O perfume desempenha um papel de purificação, na medida em que é muitas vezes exalação de substâncias incorruptíveis, tais como as resinas (incenso).

Eles representam a percepção da consciência. Perfumes é o nome dos Gandharva, seres celestes que, antes que produzir emanações suaves, se alimentam delas. Eles estão relacionados ora com o Soma, ora com o sopro ou a força vital. O budismo tibetano faz de suas cidades o modelo da fantasmagoria, da miragem, das construções irreais.

O perfume é igualmente símbolo da luz. Toda lâmpada é uma planta, escreve Victor Hugo, "o perfume é da luz". "Todo perfume é uma combinação de ar e de luz", segundo Balzac.

O ritual hindu o relaciona com o elemento ar. As experiências sobre as imagens mentais dos doutores Fretigny e Virei demonstraram que os perfumes e odores têm um poder sobre o psiquismo. Eles facilitam o aparecimento de imagens e de cenas significativas. Essas imagens, por sua vez, suscitam e orientam as emoções e os desejos; elas podem também estar ligadas a um passado longínquo.

A heliotropina, em particular, induz a imagens de flores e de jardins, de objetos perfumados: ela desperta a sensualidade; a vanilina lembra imagens alimentares e emoções do estado oral. Os fenômenos de simbolização por meio do ambiente sensorial ainda não foram bem estudados.

 

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Fonte: Livro Dicionário dos Símbolos, por Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, editora J.O.


Página atualizada na Agência EVEF em 06/04/2022 por Everton Ferretti