História da fonte de texto Stencil
A estilosa fonte de texto (tipo de letra) Stencil teve origem em textos produzidos em tamanhos grandes para livros litúrgicos alemães e franceses do século XVII. Com a expansão do comércio global no final do século XIX, a técnica também se tornou amplamente utilizada no comércio.
Remessas de produtos podiam ser identificadas rapidamente e de forma eficiente marcando-as com letras estilosas, geralmente em caixas de madeira, para transporte marítimo ao redor do mundo. As formas de aplicação e estamparia dos estênceis precisavam ser simples de aplicar e suficientemente resistentes para sobreviver ao uso repetido sem colapsar.
Sua tipografia era utilitária, econômica em espaço e em peso para ser facilmente reconhecida à distância.
No meio do século XIX, diversos dispositivos proprietários estavam disponíveis para a produção de estênceis comerciais. Estes frequentemente consistiam em placas metálicas finas que carregavam glifos individuais que podiam ser interligados para formar palavras. Eles eram vendidos em vários estilos de letras, alguns dos quais se assemelhavam a versões mais espessas de Clarendon ou Didot, embora as formas estilizadas do estêncil tenham características próprias de sua fabricação e uso. As letras estêncil são inevitavelmente robustas em sua construção.
Elas também são distinguíveis por suas quebras, um resultado das pontes que mantêm juntas os moldes do estêncil para reter os espaços negativos das letras. Esta forma básica de letra industrial foi traduzida em tipo de display em dois designs concorrentes lançados dentro de um mês um do outro em 1937.
O primeiro foi criado por Robert Hunter Middleton para a máquina tipográfica Ludlow, enquanto a versão de Gerry Powell para a American Type Founders foi lançada muito pouco depois. Ambos os tipos são reproduções mecânicas de formas de estêncil originais. Virtualmente indistinguíveis, eles consistem em letras maiúsculas com traços grossos, serifas pequenas e cantos suavemente arredondados.
Na época do lançamento, os tipos ousados e robustos eram extremamente populares, e a fonte de texto Stencil tornou-se uma adição útil aos catálogos de muitas oficinas de impressão.
Após a Segunda Guerra Mundial, quando os veículos militares dos EUA foram identificados com estênceis genuínos, o tipo de letra de Powell se tornou amplamente utilizado pelos designers como um sinalizador de qualquer associação com as Forças Armadas dos EUA. As conotações militares do estêncil persistem até hoje nas diversas versões digitais disponíveis.
Fonte desse artigo:
Trecho do livro The Visual History of Type, escrito por Paul McNeil - Editora Laurence King Publishing - Londres - Reino Unido
Tradução do texto realizado pelo ChatGPT
As aplicações atuais da fonte de texto Stencil no século 21
Antes da popularização dos computadores domésticos (PCs), a fonte de texto Stencil foi muito usada para criar comunicados em quadros corporativos, avisos escolares, cópias (do tipo Xerox) em massa e diversas outras aplicações para comunicação visual. Para os estudantes que fizeram colégio ou ensino médio lá pelos anos 1960 até a década de 1990, quando era necessário fazer uma capa de um trabalho escolar, eram usadas as réguas plásticas de letras vazadas, ou letras caixa em negativo.
Apesar desse artigo ter sido publicado em 2024, ainda nesse ano podemos encontrar em lojas online e em algumas papelarias das grandes cidades brasileiras as réguas plásticas de letra Stencil. No mercado norte americano e europeu, a marca Isomars é uma referência na fabricação dessas réguas de letra Stencil.
Acima está um modelo de régua plástica para aplicação da letra Stencil manual, na versão itálica. Observe no canto o logotipo da fabricante Isomars. Se essa régua não puder ser localizada nas papelarias online do Brasil, a sugestão é uma pesquisa nas lojas internacionais que entregam no Brasil, por exemplo Amazon, Shopee e Aliexpress.
Outro modelo de régua que usa a fonte Stencil em sua posição não itálica é essa abaixo, da mesma fabricante Isomars:
A história da Isomars começa em Nova Delhi (Índia) em 1959, com o desenvolvimento de uma caneta de desenho técnico e dos primeiros estênceis de letras da Isomars Technoart. Avançando algumas décadas, a Isomars já em 2024 fornece ferramentas de desenho e materiais de arte e, graças ao entusiasmo demonstrado pela comunidade de seus clientes, que continua crescendo e evoluindo. Os produtos da Isomars são fornecidos para vários institutos de design de moda, faculdades de engenharia/arquitetura, institutos de design de joias e escolas de design gráfico espalhados em mais de 70 países em todo mundo, incluindo Estados Unidos, América do Sul, Europa, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, África, Austrália
Quer saber mais sobre fontes e tipos de texto?
Visite o artigo que apresenta a resenha e introdução do livro The Visual History of Type, por Paul McNeil
O livro analisado acima The Visual History of Type (escrito por Paul McNeil), foi publicado pela Editora Laurence King Publishing (sediada em Londres, capital do Reino Unido). Essa editora é famosa pelas publicações que abordam temas como design gráfico, tipologia e simbologia.
Em outro livro publicado pela mesma editora, o livro LOGOTYPE do autor Michael Evamy, exibide mais de 1.300 logotipos de empresas que não acompanham símbolo nenhum, dando total destaque para o tipo (fonte) do texto usado em sua identidade visual.
Só para citar alguns exemplos dos logotipos analisados no livro Logotype, temos o desenho do logotipo do Google, da Sony, Greenpeace, Samsung e Disney. É muito curioso analisarmos o quanto a identidade visual de uma empresa pode ser tão eficiente sem usar um símbolo adicional, e isso em pleno século 21. É sim possível despertar a atenção no tipo (fonte) de letra utilizado na construção da identidade visual de uma marca. No livro Logotype, chegaremos à conclusão que altos investimentos em propaganda e publicidade são capazes de criar significado valioso para os seus públicos-alvo, com ou sem a utilização de um símbolo.
Alguns trechos de capítulos do livro Logotype:
Logotipos sem símbolos e com todo o texto em minúsculo
Logotipos sem símbolos e com todo o texto em MAIÚSCULO (CAIXA ALTA)
Logotipos sem símbolos e com iniciais em Maiúsculo
Logotipos sem símbolos e com todo o texto serifado em MAIÚSCULO
Logotipos sem símbolos e com fonte serifada e iniciais em Maiúsculo